Google+ SUPER MATEMÁTICA - PROF. UJEVERSON: Academia Brasileira de Letras (ABL) é processada por irregularidades no Acordo Ortográfico.

17/11/2011

Academia Brasileira de Letras (ABL) é processada por irregularidades no Acordo Ortográfico.

O Globo, 09/11/2011 - Rio de Janeiro RJ
ABL é processada por irregularidades no Acordo Ortográfico
RIO - Mais de dois anos depois de implantado, o novo "Vocabulário Ortográfico da Língua Brasileira" (Volp) - feito a partir do acordo ortográfico e que teve como proposta simplicar a forma de escrever - ainda gera polêmica com relação as regras estabelcidas, principalmente quanto ao uso do hífen. Com o objetivo de sugerir uma simplificação da forma de escrever, o professor Ernani Pimentel, líder do movimento "Acordar Melhor", entrou com uma ação popular contra a Academia Brasileira de Letras (ABL). No processo, o professor acusa a ABL de lesar o patrimônio cultural brasileiro com a implantação do Novo Acordo Ortográfico. De acordo com Pimentel, a instituição não respeitou o tratado assinado em Portugal, com os países de língua portuguesa, que tem como objetivo unificar o idioma. - A ABL impôs o Volp como a voz do acordo ortográfico universalizado, fez alterações no instrumento firmado em Lisboa. As palavras coerdeiro e anistórico que, pelo documento português, deveriam ser escritas com hífen, no Volp foi tirado o sinal e o "h". A Academia não tem autoridade para isso. Qualquer alteração teria que ser submetida ao Congresso Nacional e essas não foram - afirma.

A ação também pede para que a oficialização do novo acordo, prevista para janeiro de 2013, seja prorrogada com a intenção de
ampliar o prazo de discussões. - Devemos seguir o exemplo de Angola e Moçambique que ainda não ratificaram o acordo e estão solicitando prazo maior. Portugal também ainda não aplicou as novas regras. Eles estão resistentes. As novas regras só devem ser colocadas em prática a patir de 2015 - justifica. Ernani Pimentel diz que não é contra o Acordo Ortográfico, mas sim contra a forma como foi conduzido. - Sou a favor do aprofundamento dele. A proposta de simplificar a língua é ótima. Isso traz muitas vantagens ao movimento editorial, os livros ficam mais baratos. Mas nada disso aconteceu. Hoje temos tantas regras que fica difícil para qualquer um aprender bem o português - diz. Segundo ele, algumas alterações foram boas, como o fim dos acentos nas vogais duplas (vêem, lêem, crêem).

A impressão é que tudo é feito às pressas, como dá, sem rigor algum. Ao sabor do vento. Até porque, muitos querem mostrar serviço e serem tidos como alguém que mudou a educação no país. Só que o serviço é extenso. E educação não se muda de um mandato para outro. Aplicar uma prova dessas, abrangendo todos os estados, exige muita organização e rigor. Só para se ter uma idéia, enquanto a Fuvest tem em torno de 146 mil inscritos, o Enem tem mais de 5 milhões. A diferença é bem grande. E aí, diante dos problemas
(graves), puxa daqui e dali. Pensou-se em anular o exame em todo o país. O que não é justo com quase 100% dos estudantes – num universo de 5 milhões apenas 639 alunos eram da escola em questão. Sem contar o gasto ao reaplicá-lo. A edição deste ano custou R$ 238,5 milhões. Não é uma brincadeira. O dinheiro público tem que ser muito bem administrado. No setor educacional, mais ainda. Nosso país tem sérios problemas nessa área, principalmente na esfera pública. Puxa mais um pouco e dá uma esticadinha – resolveu-se que só os estudantes do colégio do Ceará refariam a prova. Os demais não gostaram da idéia, pois seus colegas teriam mais tempo para estudar.

Entre uma confusão e outra, resolveu-se, até agora, que os alunos de Fortaleza terão anuladas as 14 questões e suas notas serão recalculadas. Ora, não dá para brincarmos que o país tem uma educação de qualidade, que seu sistema de acesso ao ensino superior é o melhor e que o dinheiro está sobrando. Até estaria se fosse mais bem aplicado. Mas ainda fica uma dúvida: como é que a escola teve acesso às questões e as publicou em suas apostilas? Como nos grandes vestibulares, isso precisa ser rigorosamente investigado. E o Enem deve ser repensado e organizado. Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)


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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
Secretaria da Educação de Goiás e Colégio Interativa.
Analista Pedagógico e Metodológico

LOGOS - SISTEMA DE EDUCAÇÃO

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