Consenso existe. É generalizada a convicção de que todo o resto que faz uma sociedade alcançar altos níveis de desenvolvimento depende da educação. Com frequência, são citados os exemplos de países que fizeram opção pela educação e pularam, em poucos anos, várias etapas de desenvolvimento econômico e social. Da mesma forma, à educação ou à falta dela é atribuída a principal causa de nossos males. Constitucionalmente, a educação é direito do cidadão e dever do Estado. No entanto, esses objetivos encontram muitas dificuldades para se completarem. O último balanço, da ONG Todos pela Educação, o prova. Mais de 3,8 milhões de jovens entre 4 e 17 anos estão fora da escola no Brasil. | Esse número equivale à população do Uruguai. A universalização da educação fundamental, apesar de oferecida, não se concretizou. Nenhum Estado conseguiu que 80% de seus jovens até 8 anos estivessem alfabetizados em 2010. Governos, educadores e famílias tentam superar os entraves a essa meta, realizando experiências e implantando programas que despertem o interesse dos alunos no aprendizado. Uma dessas providências foi a abolição da reprovação, que colocava em xeque a competência da própria escola em aprovar o aluno. Verificou-se também que, quanto mais cedo o aluno frequenta a escola, menos ele se evade dos | estudos. O gargalo estaria, então, na pré-escola. Cerca de 20% das crianças brasileiras entre 4 e 5 anos estão ainda fora da escola. Comparados os últimos censos, não houve aumento de matrículas na pré-escola. O ensino médio atende a 83% da população entre 15 e 17 anos. Não obstante, só 50,2% concluem os estudos até os 19 anos. Os motivos alegados para a evasão são a falta de interesse e a necessidade de trabalhar. Este é frequentemente incontornável, mas o defeito do primeiro está na família, nos educadores e na escola. Uma prova: de dezenas de professores que o leitor teve, quantos o ajudaram efetivamente na sua educação? |
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