Google+ SUPER MATEMÁTICA - PROF. UJEVERSON: março 2012

22/03/2012

Será o fim das escolas públicas. "Um Prouni para a educação básica. Por que não?"

Portal Aprendiz, 21/03/2012
Um Prouni para a educação básica. Por que não?
Helena Singer
Poucas iniciativas do governo federal na educação são tão populares quanto o Programa Universidade para Todos. O Prouni tem como finalidade a concessão de bolsas de estudo em instituições privadas de educação superior – integrais para estudantes com renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo e parciais para estudantes de famílias com renda até duas vezes maior. Desde a sua criação, em 2004, até hoje, mais de um milhão de estudantes foram beneficiados por este programa, contribuindo para dobrar as matrículas no ensino superior ao longo da década. Quando a ideia foi lançada, grande foi a oposição. Diziam seus críticos que a proposta serviria para repassar recursos públicos às universidades privadas ao invés de investir na expansão de vagas das universidades públicas. Hoje, com a popularidade do programa e a sua efetiva contribuição para a democratização do ensino superior, as críticas se enfraqueceram. No entanto, ideia semelhante voltada à educação básica ainda encontra enorme resistência. Sempre que vem à tona a proposta de o governo conceder vales-educação, possibilitando aos pais de classe baixa o mesmo direito que tem os das classes média e alta de escolher a escola de seus filhos, muitos levantam a voz acusando-a de promover a precarização da escola pública.

Em sentido oposto, estes críticos propõem o crescente investimento nas redes de Estado com suas estruturas sempre centralizadas e padronizadas, desde o concurso para os profissionais até a compra da merenda, passando pela definição do currículo, compra do material didático, avaliação, etc. Excelentes escolas sem fins lucrativos, por sua vez, que apresentam atenção individualizada, altas expectativas em relação aos estudantes, currículo flexível, professores muito dedicados, uso inteligente das novas tecnologias e visão integral do desenvolvimento humano têm enormes dificuldades de sobreviver em um país em que não chega a 10% a proporção das famílias que podem pagar mensalidades.
A qualidade da educação depende da flexibilidade no currículo e de uma avaliação qualitativa. Para isso, os projetos pedagógicos das escolas precisam ser construídos colaborativamente, envolvendo equipes escolares, famílias e outros agentes da comunidade, com base em parâmetros construídos também de forma participativa pelos governos, a partir de consultas a Conselhos, sindicatos e órgãos representativos de pais, estudantes e professores. Os parâmetros podem ser nacionais, mas a qualidade da escola depende do envolvimento direto das equipes, dos estudantes e das famílias na sua gestão, algo que certamente se fortalece quando a família tem o direito de escolher onde matricular seus filhos e, em consequência, a escola depende desta escolha para a sua sobrevivência. Já que a educação infantil e o ensino fundamental são prioritariamente da alçada municipal, bem que um candidato a prefeito poderia promover a proposta da versão Prouni para a educação básica.


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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
Secretaria da Educação de Goiás e Colégio Interativa.
Analista Pedagógico e Metodológico

LOGOS - SISTEMA DE EDUCAÇÃO

Escola e diversidade

Estado de Minas, 22/03/2012 - Belo Horizonte MG
Escola e diversidade
Escola deve respeitar as diferenças de ritmo e vida entre os alunos
Christina Fabel - Diretora pedagógica do Colégio ICJ (fundado como Instituto Coração de Jesus)
O início do ano letivo nas escolas faz com que novas turmas se formem ou que novos alunos se juntem aos antigos colegas. Independentemente da idade dos estudantes, as salas de aula ficam repletas de alunos com grandes diferenças entre si: da estatura até a forma de se vestir e se expressar. Essas diferenças superficiais são pouco expressivas quando comparadas com as características individuais de cada um, como personalidade e história de vida. Sempre me incomodou a busca por homogeneização na sala de aula. Em algumas instituições de ensino é preciso que o estudante passe por rigoroso teste de avaliação de conhecimento para comprovar se está apto ou não a se matricular em uma determinada turma, com alunos com inteligência considerada acima do normal. Lidar com estudantes com propensões a aprender rápido pode ser estimulante em um primeiro momento, mas talvez essa seleção não cumpra o verdadeiro papel da educação. Educar é reunir-se com professores e coordenadores para planejar o ano letivo com base na diversidade de perfis da turma. É considerar que em um grupo sempre existirão maturidades, habilidades e conhecimentos diferentes. Por isso, é necessário sempre rever o plano de ensino ao longo de sua aplicação para confirmar se o conteúdo está sendo de fato abstraído, como é desejado. Não é porque um aluno demora mais que o outro a terminar a lição em sala de aula que sua capacidade de aprendizado seja inferior. A supervalorização da inteligência nas salas de aula pode gerar problemas de relacionamento com os próprios colegas. É papel do corpo docente da instituição valorizar as diferenças e ensinar crianças e adolescentes a conviver com as divergências de personalidade e de aprendizado. Não existe uma única receita para promover a união de turma. Algumas alternativas nesse caso passam pela promoção do convívio e do respeito à individualidade do aluno. É dever da escola conhecer a condição inicial de cada estudante e, para isso, utilizam-se os testes de nivelamento no ato da matrícula. Após o início das atividades letivas, a diversidade pode ser incentivada e valorizada por meio de questões e atividades com diferentes níveis de dificuldade. Assim, é possível respeitar todos os ritmos de aprendizado. Para que os alunos se sintam à vontade em sala de aula é necessário, ainda, estimular a integração por meio de exercícios de expressão.

Ensinar alunos a participar e fazer comentários em grupo cria laços e facilita a aproximação com o professor. Esse estímulo pode ser feito também fora de sala de aula por meio de atividades extracurriculares de integração. Um passeio guiado com exercícios e atividades que estimulem o sentimento de pertencimento a um grupo pode gerar grandes ganhos no que diz respeito à valorização da diversidade nas escolas. Soma-se a estes fatores, por fim, a necessidade de garantir que as características individuais dos estudantes sejam respeitadas nos conselhos de classe, que devem ser, também, momento de avaliação da situação da turma. A educação integral só acontece quando há respeito às diferenças na turma. É função da escola contribuir para a formação integral do indivíduo e para o aperfeiçoamento da sociedade em que vive, por meio do incentivo à pesquisa e aos valores humanos, éticos e morais, desenvolvendo no aluno o sentimento de respeito ao próximo em qualquer situação.


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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
Secretaria da Educação de Goiás e Colégio Interativa.
Analista Pedagógico e Metodológico

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Educação pública ruim ameaça segurança nacional.

UOL Educação, 21/03/2012
EUA: educação pública ruim ameaça segurança nacional, dizem especialistas
NOVA YORK, 21 Mar 2012 (AFP) -O fracasso das escolas públicas americanas para preparar eficazmente os alunos para um mundo globalizado põe em perigo a segurança nacional do país, disse um relatório do painel de especialistas, entre eles, a ex-secretária de Estado Condoleezza Rice. Neste relatório de 121 páginas publicado nesta terça-feira pelo Council on Foreign Relations, um centro de pensamento estratégico de Nova York, os 31 especialistas afirmaram que a força militar já não é suficiente para garantir a segurança e a prosperidade de uma nação. "Hoje em dia, a segurança nacional está mais relacionada ao capital humano de uma nação, e o capital humano de uma nação está ligado à força ou fragilidade de suas escolas públicas", disse o relatório. Em geral, "muitas escolas" não preparam os estudantes para uma economia global que está mudando muito rápido, ou inclusive para formar "uma força de trabalho ou um exército suficientemente qualificados".

"É essencial que as crianças americanas se preparem para seu futuro em um mundo globalizado", afirmaram os especialistas, entre eles a ex-secretária de Estado de George W. Bush, Condoleezza Rice, e o ex-chefe das escolas públicas da cidade de Nova York, Joel Klein. "Devem saber ler, escrever, contar, ter conhecimentos
científicos, aprender idiomas, aprender sobre o mundo e - mais importante - conhecer as instituições e os valores básicos dos Estados Unidos para viver em sua comunidade e na comunidade internacional", completaram. Os especialistas destacaram o fato de que muitas crianças americanas estão em 14º lugar em leitura, 17º em ciências e em 25º em matemática, em um relatório de 2009 que compara o rendimento dos estudantes de países industrializados. Para melhorar a situação, os autores do relatório pediram, entre outras iniciativas, a distribuição mais equitativa dos recursos entre as escolas.

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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
Secretaria da Educação de Goiás e Colégio Interativa.
Analista Pedagógico e Metodológico

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09/03/2012

Ministro defende novo piso para atrair jovens para a carreira de professor

Portal G1, 08/03/2012
Ministro defende novo piso para atrair jovens para a carreira de professor
Mercadante participou de abertura de conselho de secretários de educação. Piso salarial foi reajusto em 22,22%; há greve em Goiás e no Distrito Federal
Do G1, em São Paulo
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira (8) na abertura da reunião ordinária do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), em Natal, que o cumprimento do novo piso salarial dos professores influencia na formação de novos profissionais. "Se não recuperarmos o valor do piso dos professores não teremos como atrair os jovens para a carreira. E todos sabemos que somos carentes de professores em todas as etapas da educação", disse. O Ministério da Educação divulgou em 27 de fevereiro que o piso salarial nacional dos professores foi reajustado em 22,22% e seu valor passou a ser de R$ 1.451,00 como remuneração mínima do professor de nível médio e jornada de 40 horas semanais. A decisão é retroativa para 1º de janeiro deste ano. Em Goiás e no Distrito Federal há movimentos de greve da categoria porque o piso não está sendo pago. Durante o evento em Natal Mercadante lembrou que alguns secretários e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Carlini, eram parlamentares quando o piso e a forma do seu reajuste (proporcional ao custo aluno do Fundeb) foram aprovados no Congresso Nacional, em 2008. "Nós votamos na lei e não houve objeção. Ao contrário, houve um grande consenso."

O ministro ressaltou ainda que o dispositivo da lei que assegura um terço da jornada dos professores fora da sala aula também deve ser cumprido e lembrou que o Supremo Tribunal Federal votou pela
constitucionalidade da lei ao examinar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta por cinco governadores. "Mas é preciso discutir essa questão dentro de um processo pedagógico. A hora atividade é para melhorar a educação, a aprendizagem e para o professor avaliar seus alunos, preparar as aulas, dedicar-se à sua formação", afirmou. Mercadante concluiu sua intervenção fazendo um apelo aos secretários estaduais para que mobilizem suas bancadas parlamentares para aprovar com urgência o Plano Nacional de Educação para o período 2011-2020. "É fundamental aprová-lo este ano. Não podemos nos dar por satisfeitos. Precisamos aumentar os recursos para a educação", disse.


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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
Secretaria da Educação de Goiás e Colégio Interativa.
Analista Pedagógico e Metodológico

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08/03/2012

Professores programam paralisação de três dias para cobrar cumprimento do piso


UOL Educação, 08/03/2012 
Professores programam paralisação de três dias para cobrar cumprimento do piso 
Amanda Cieglinski Da Agência Brasil, em Brasília
Na próxima semana, professores de todo o país planejam uma paralisação de três dias para cobrar de governos estaduais e prefeituras o pagamento do piso nacional do magistério. A lei que instituiu uma remuneração mínima para profissionais da rede pública foi aprovada em 2008, mas ainda hoje causa polêmica. Estados e municípios alegam não ter recursos para pagar o piso, especialmente agora que o Ministério da Educação (MEC) anunciou o valor para 2012 – R$ 1.451 - , com um reajuste de 22%. A categoria irá cruzar os braços entre os dias 13 e 16 de março (de quarta a sexta-feira). Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, o fato de alguns estados ainda não cumprirem a lei reforça a necessidade de um "movimento forte" por parte da categoria para reivindicar melhorias na remuneração. 

"Eles [gestores públicos] entendem que a lei precisa ser cumprida a partir do enfrentamento, da mobilização. Chega de brincar que
estão valorizando o professor", reclama Leão. Nos estados e municípios em que a Lei do Piso já é cumprida, o presidente da CNTE avalia que a mobilização deverá ser menos intensa, com foco nas reivindicações locais, inclusive a construção de planos de carreira. "Nosso intuito não é a paralisação pela paralisação, mas onde houver necessidade", explicou. As atividades são organizadas pelos sindicatos locais e incluirão manifestações nas sedes dos governos, passeatas e outros atos públicos.
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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
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07/03/2012

Quanto vale um professor?

Gazeta de Alagoas, 07/03/2012 - Maceió AL
Quanto vale um professor?
ALOÍSIO ALVES – publicitário e membro da Academia Palmeirense de Letras
O Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, do PT, anunciou um aumento de pouco mais de 22% para as quarenta horas semanais trabalhadas pelos professores de nível médio. Teoricamente, o reajuste deveria beneficiar todos os Estados brasileiros, por se tratar de piso salarial nacional aprovado pelo Congresso em 2008 e convertido em lei federal. Mas a realidade não é bem assim: muitos Estados não cumprem a lei porque seus governantes alegam não existir recursos para remunerar os educadores com um salário digno. Alagoas é uma exceção nesse contexto, já que, no ano passado, o governador equiparou o salário da rede de ensino público estadual ao piso nacional, que agora passa para R$ 1.451, retroativo ao mês de janeiro. É notória a carência de professores no Brasil, segundo dados coletados pelo próprio Ministério, que registra um deficit de 710 mil profissionais, dos quais 235 mil só no Ensino Médio.

Ao que tudo indica, o prazer de ensinar já não é tão atraente. Infelizmente, educação nunca foi prioridade neste País, menos ainda nos Estados do Nordeste, onde as escolas, em sua maioria, são sucateadas, entregues ao total abandono. Alunos de Estados e municípios, em geral, são tratados com desdém, mais parecendo ônus para os gestores que renegam a obrigação constitucional de estimular e oferecer condições de educação indistintamente para todos. Lembremos os casos recentes em Maceió onde escolas, há anos sem assistência da Secretaria de Educação, quase chegam a provocar tragédias imperdoáveis. A Escola Municipal Floriano Peixoto, no distrito de Ipioca, de tão abandonada pela gestão pública está invadida por bichos peçonhentos, ratos, baratas, escorpiões; o mato sobe no teto e
as salas são sujas, imprensadas, sem circulação de ar.

Um analista federal, sem nenhuma pós-graduação, ganha em torno de 8 a 12 mil reais. Um fiscal de renda ganha 16 mil. No Senado Federal, segundo o Correio Brasiliense, os auxiliares legislativos, como ascensoristas e motoristas – funções de nível fundamental –, podem ter o teto da carreira estipulado em quase 17 mil. Um motorista do Senado ganha mais que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata. O chefe responsável pela garagem, também do Senado, ganha mais que um oficial-general do Exército. É muito difícil compreender tamanho disparate. Todas as profissões técnicas, intelectuais, religiosas, passam pelo professor. Qualquer que seja a atividade exercida, todas passam pelo professor. É humilhante ser professor no Brasil!


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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
Secretaria da Educação de Goiás e Colégio Interativa.
Analista Pedagógico e Metodológico

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A educação básica terá um colapso por falta de professores

IG Educação, 06/03/2012
"A educação básica terá um colapso por falta de professores"
Maria Lucia Vasconcelos, professora e ex-secretária, lançou livro sobre a etapa escolar e avalia que País deve investir no docente
Marina Morena Costa, iG São Paulo
Em meio ao debate sobre o reajuste e o cumprimento do piso salarial do magistério, Maria Lucia Vasconcelos é enfática: sem valorização da carreira, teremos um colapso na educação básica pela falta de professores. "Tem que haver investimento do Estado no professor. É uma profissão estratégica", afirma a ex-secretária de Educação de São Paulo e atual presidente do Conselho Municipal de Educação da capital paulista. A professora e ex-reitora da Universidade Presbiteriana Mackenzie lançou nesta terça-feira o livro "Educação Básica" (Editora Contexto), no qual discute os principais temas e problemas dessa etapa com outros educadores. Os cinco capítulos abordam a formação do professor, a autoridade do docente, a ação do professor em sala de aula, o diálogo na escola e o olhar jornalístico para a educação.

"A autoridade tem que ser exercida
em todos os níveis da educação. Dar liberdade excessiva para o aluno acaba complicando a relação dos docentes com os estudantes", destaca Maria Lucia. Para a educadora, os professores precisam chegar à sala de aula melhor preparados e mais seguros de seu trabalho para conduzir os alunos. E a formação universitária deve ser reformulada, para que esteja mais próxima da realidade escolar. Leia a entrevista concedida do iG:
iG: Muitos jovens profissionais reclamam que a faculdade está distante das salas de aula, com professores que não conhecem a realidade atual e oferecem uma formação técnica e prática muito deficiente. As licenciaturas precisam de uma reformulação para formar melhor os nossos professores?
Maria Lúcia: Não há diálogo entre a universidade e a educação básica. Há um fosso. A universidade continua fazendo o que ela acha que deve fazer sem conhecer a realidade e as necessidades dos professores. Não vejo como melhorar a qualidade da formação sem mexer nas licenciaturas e na valorização do professor. Daqui a pouco vamos ter um colapso na educação básica pela falta de professores. Já estamos com uma crise braba, para algumas disciplinas como história e geografia em que é muito difícil encontrar professores. Tem que valorizar a carreira, torná-la mais atraente.

iG: Governos dos Estados reclamam do reajuste do piso e sugerem que ele siga a inflação...
Maria Lúcia: Estamos defasados no valor do piso salarial dos professores. Dado o tamanho da defasagem, só dar inflação não vai resolver nada. Tem que haver investimento do Estado no professor. É uma profissão estratégica.

iG: No livro a senhora comenta sobre o exercício da autoridade docente. A indisciplina é um dos principais problemas enfrentados em sala de aula e também causa perda de tempo de aula. Como enfrentar esse problema?
Maria Lúcia: A indisciplina afasta o professor da própria profissão, um ambiente desorganizado não é atraente. A autoridade tem que ser exercida em todos os níveis da educação. Dar liberdade excessiva para o aluno acaba complicando a relação dos docentes com os estudantes. O professor deve exercer a autoridade, porque o papel dele assim exige. Quando o aluno toma as rédeas, as coisas se perdem, e o professor se sente impotente. Nessa ânsia de se aproximar dos alunos, ele acaba perdendo a noção de que os papeis são diferentes. O professor tem que estar melhor preparado para chegar em sala de aula, ter segurança do que ele faz, e saber que ele vai chegar onde quer, sem abrir concessões.

iG: A alfabetização deficiente e a evasão no ensino médio são os principais problemas da educação básica?
Maria Lúcia: Certamente. Se você não tem uma criança bem alfabetizada, ela vai levar essa dificuldade para o resto de sua vida escolar e não terá prazer em aprender. Não podemos fechar os olhos para o fato de que crianças caminham pela idade escolar com fragilidades. Precisa haver continuidade nas políticas públicas. O ensino médio é outro grave problema, porque não responde a nada. Se ele tiver uma clientela fortemente focada no vestibular, pode ser um preparatório. Mas se não, ele não tem sentido para o aluno. Precisa haver uma resignificação do ensino médio, para que o aluno perceba a utilidade daquilo. Não é mais uma criança que está aprendendo, mas um jovem que tem perspectivas, que muitas vezes quer entrar no mercado de trabalho. Precisa voltar para uma coisa mais prática, mais efetiva. No Estado de São Paulo há uma experiência de colocar no contraturno aulas profissionalizantes. Talvez o caminho seja esse.

iG: A cobertura jornalística sobre os temas de educação tem crescido nos últimos anos. Qual é a análise feita pela senhora deste trabalho?
Maria Lúcia: Peguei vários editoriais de jornais e compus um texto só com frases tiradas desses textos. Você não identifica posicionamentos diferentes dos jornais, o olhar é praticamente o mesmo. A abordagem é muito parecida: 'ainda que a gente tenha caminhado em alguns índices, as coisas não vão bem. A qualidade deixa a desejar'. Concordo com este olhar mais crítico, porque o que a gente pode concluir é que a educação nunca foi uma preocupação real das políticas públicas, com isso as reformas não são feitas, não há continuidade. Educação está na pauta na imprensa, mas não está na pauta política. Só entra na pauta política em época de campanha. Já acordamos para a importância da educação, mas ainda não revertemos em ações concretas de políticas públicas.


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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
Secretaria da Educação de Goiás e Colégio Interativa.
Analista Pedagógico e Metodológico

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Pais poderão faltar ao trabalho para participar de reunião em escola de filho


Correio Braziliense, 06/03/2012 - Brasília DF
Pais poderão faltar ao trabalho para participar de reunião em escola de filho
Agência Senado
O trabalhador que precisar faltar ao trabalho para participar de reunião na escola de seus filhos, uma vez por semestre, poderá ter a ausência abonada, sem prejuízo do salário. A medida consta de projeto (PLS 620/ 2011) de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), aprovado nesta terça-feira (6) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). A proposta inclui a participação em reuniões escolares entre as hipóteses de ausência justificada ao trabalho, previstas no artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para não ter o dia descontado, o trabalhador precisará comprovar o comparecimento à escola. Com a proposta, Lídice da Mata quer incentivar os pais a acompanharem mais de perto a educação dos filhos.

O relatório favorável do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi lido pela relatora ad hoc Ivonete Dantas (PMDB-RN). Em seu voto, Randolfe observou que os pais devem contribuir para o desenvolvimento escolar dos filhos não apenas acompanhando na
realização de tarefas de casa, "mas também – e com crucial importância – no diálogo com a escola". Randolfe observa que as reuniões escolares normalmente acontecem no período de trabalho dos pais, sendo essencial que eles contem com a possibilidade de abono da falta ao serviço, para que possam comparecer a esses encontros, sem prejuízos em seus salários. A proposta segue para a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) e depois para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde será votada terminativamente.

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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
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05/03/2012

Pelo piso, professores do RS aprovam estado de greve

Terra Educação, 02/03/2012
Pelo piso, professores do RS aprovam estado de greve
Os professores estaduais do Rio Grande do Sul rejeitaram, em assembleia do Cpers-Sindicato nesta sexta-feira, a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo e aprovaram o estado de greve a partir de hoje. Os educadores definiram ainda uma contraproposta que será apresentada ao governo estadual. Os trabalhadores da educação reivindicam o pagamento de um reajuste, em três parcelas, para cumprir a lei do piso nacional do magistério, que é de R$ 1.451,00. A proposta do governo é pagar, até o final de 2014, o valor de R$ 1.259,11 para uma jornada semanal de 40 horas semanais. Durante o estado de greve, os educadores deve realizar panelaços, plenárias, seminários, visitas às famílias dos alunos e vigílias como forma de protesto. O sindicato da categoria também disse que vai pressionar os parlamentares pelo cumprimento da lei do piso.


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Ujeverson Tavares Sampaio
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Estados não garantem piso e professores ameaçam parar para que salário seja pago.

Folha de São Paulo, 05/03/2012 - São Paulo SP
Estados não garantem piso para professor
Das 27 unidades da federação, ao menos 11 não têm plano para que lei federal aprovada em 2008 seja cumprida.
Governadores dizem haver dificuldades de caixa; professores ameaçam parar para que salário seja pago
DE SÃO PAULO / DO RIO / DE BRASÍLIA
Mesmo com a medida estabelecida em lei desde 2008, Estados não garantem que vão cumprir o novo piso salarial para os professores, anunciado pelo Ministério da Educação na última semana. Levantamento da Folha mostra que ao menos 11 não têm prazo para se adaptar. Entre eles, seis dizem que pretendem conceder o reajuste, mas sem saber quando. Cinco ainda analisam o impacto do reajuste no orçamento e não garantem se vão conseguir cumprir a medida. O novo piso salarial foi calculado em R$ 1.451 -o que corresponde a pouco mais do que dois salários mínimos. O valor, para professores com jornada semanal de 40 horas, representa reajuste de 22,22% em relação ao ano passado. O MEC usa o gasto por aluno no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) como base para o aumento. Alguns governos querem o cálculo com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que fechou 2011 em 6,08%. Entre os Estados que ainda não sabem se conseguirão se adaptar, o caso mais grave é do Rio Grande do Sul, que tem o menor piso do país: R$ 791.

No fim de fevereiro, o Estado chegou a fazer um plano para cumprir o piso antigo -mas só em 2014. A lei determina reajuste anual, mas não há punição para quem a descumpre -o que pode haver é um questionamento judicial. Para o governador Tarso Genro (PT), o ministro da Educação e seu colega de partido, Aloizio Mercadante, tem opinião "furada" sobre o piso. No Piauí, professores iniciaram greve na segunda
passada exigindo o piso. O governo diz que analisa se há condições de dar o reajuste. A ameaça de greve também existe no Rio Grande do Sul e no Pará, onde o ano letivo, previsto para ter início em abril, pode nem começar. O governo paraense propõe um aumento gradual, chegando em setembro ao valor do piso. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação anunciou greve nacional por três dias na semana que vem. Uma das reivindicações é o cumprimento da lei. Para Romualdo Portela, professor da Faculdade de Educação da USP, o fato de os Estados não reajustarem o piso demonstra falta de esforço para investir em educação. "O valor do piso não é nenhum absurdo. Para ter bons professores seria preciso pagar até mais", afirma Portela.


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Ujeverson Tavares Sampaio
Professor de Matemática
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02/03/2012

Escolas com tablets podem ser opção à evasão, diz ministro

Portal Terra Educação, 01/03/2012
Escolas com tablets podem ser opção à evasão, diz ministro
Ao comentar a decisão de distribuir tablets para professores do ensino médio na rede pública, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira que as escolas precisam ficar mais atrativas para os alunos e que investir nesse tipo de tecnologia pode ser uma alternativa à evasão escolar. "A escola tem que ficar mais interessante", ressaltou, explicando que o mercado de trabalho aquecido do País se torna grande atrativo para que os jovens deixem a escola. "A geração nova quer essas informações. Não dá para a gente ficar só com o quadro-negro do século 17", completou. Ao participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mercadante lembrou que 320 mil professores já foram qualificados por meio de cursos de formação para utilizar o tablet. O próximo curso, segundo ele, deve ter carga horária de 350 horas. "Essa luta eu já comprei - vamos ter computadores na escola. O professor vai ter todas as chances de se modernizar se quiser", disse. "Impensável, no século 21, é ter um professor que não pode entrar no Google", concluiu.


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Ujeverson Tavares Sampaio
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01/03/2012

MEC vai incluir ciências na Prova Brasil, informa ministro

O Estado de São Paulo, 29/02/2012 - São Paulo SP
MEC vai incluir ciências na Prova Brasil, informa ministro
Com a mudança, exame ficará mais próximo a programa internacional de avaliação
Agência Brasil
BRASÍLIA - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira, em audiência pública no Senado, que irá incluir a disciplina ciências na Prova Brasil, a principal avaliação da educação básica. O exame, aplicado pelo MEC aos alunos do 5.º e 9.º anos do ensino fundamental a cada dois anos, até o momento mede apenas o desempenho em matemática e português. Mercadante não disse se a mudança já valerá para a próxima edição da prova, marcada para 2013. O exame é um dos principais componentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que avalia a qualidade do ensino oferecido por escolas, municípios e Estados. A última edição foi aplicada em 2011 e os resultados do Ideb serão divulgados neste ano. Todas as redes de ensino e escolas têm metas a serem atingidas até 2022, estipuladas em 2007 pelo MEC. Com a inclusão de ciências na Prova Brasil, o exame fica mais próximo ao Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). O teste internacional é aplicado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em mais de 60 países e mede as habilidades dos alunos em linguagens, matemática e ciências. O Brasil melhorou seu desempenho no programa de 2000 a 2010, mas continua nas últimas posições do ranking.


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Ujeverson Tavares Sampaio
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