Mariana Niederauer - Correio Braziliense - 26/06/2012 - Brasília, DF
O Brasil é o segundo país onde os empregadores têm mais dificuldade em preencher as vagas oferecidas, atrás apenas do Japão. É o que aponta pesquisa do grupo especializado em gestão de pessoas Manpower, realizada no primeiro trimestre de 2012. No topo da lista dos profissionais mais difíceis de encontrar estão os técnicos, os trabalhadores de ofício manual e os engenheiros. O problema atinge o resto do mundo também. Em levantamento feito este ano pela empresa de auditoria e consultoria internacional PwC com executivos de alto escalão, a falta de qualificação na mão de obra foi apontada como a segunda principal barreira para o crescimento das empresas, depois da recessão econômica mundial.
O sócio da PwC Brasil João Lins aponta duas formas de as empresas dos mercados emergentes tentarem solucionar o problema. A primeira é valorizar o trabalho da mulher e criar condições para mantê-la na organização. Elas estão mais qualificadas: ultrapassam a metade dos doutores do país, segundo dados de 2010 do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Ainda assim, recebem o equivalente a 72,3% do salário dos homens que ocupam a mesma posição no mercado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, as mulheres são a maioria da força de trabalho no país — representam 54,6% da população ocupada. "As empresas têm de criar um ambiente que favoreça a progressão feminina na carreira", diz Lins.
Elisângela Abrantes, 39 anos, é gerente administrativa de uma rede de drogarias em Brasília. Ela sente que as mulheres fazem um esforço maior para provar competência. Elisângela foi promovida a gerente há três anos. Recebe salário igual ao de outros funcionários que ocupam a mesma posição na empresa, pois a base remuneratória é referente ao cargo, e os critérios de promoção levam em conta o desempenho do profissional e não o sexo. Para ela, essa valorização faz com que tenha prazer em trabalhar e sinta vontade de se manter na rede. "É uma troca mútua aqui dentro, eu doo muito de mim, e a empresa reconhece", conta.
Bagagem
Outra maneira de evitar problemas com a falta de mão de obra é aproveitar melhor o talento de profissionais mais experientes, segundo João Lins. Como a expectativa de vida no país já alcançou 73 anos, os trabalhadores têm condições de se manter no mercado por mais tempo e evitar uma aposentadoria precoce. Quem já se aposentou ou está próximo disso pode trabalhar na transmissão de conhecimento dentro da organização, orientando profissionais mais jovens. "É preciso adaptar as condições de carreira para utilizar essas pessoas de uma maneira mais inteligente", afirma o sócio da PwC.
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Professor de Matemática
Secretaria da Educação de Goiás e Colégio Interativa.
Revisor Pedagógico e Metodológico
LOGOS - SISTEMA DE EDUCAÇÃO